domingo, 28 de março de 2010

A era industrial: Capitalismo x Homem




A partir da Revolução Industrial e com a consolidação do Capitalismo, há uma ruptura dos modelos tradicionais e uma mudança na forma de pensar. Com todas essas transformações, a cara das cidades muda. Agora elas são racionalmente pensadas para a circulação do trânsito e da população.
O filme “Berlim – Sinfonia da metrópole” nos mostra exatamente isso, esse novo modo de ser das cidades e da sociedade. Podemos ver essas mudanças na parte em que o filme nos mostra uma locomotiva: É tudo mais rápido e mais acessível. Esse novo homem moderno domina o tempo e o espaço, para ele não há mais fronteiras ou barreiras. Logo após a passagem da locomotiva, é exibida uma imagem de um relógio e das pessoas que começam a circular pela cidade indo ao local de trabalho. O relógio aparece pois nesse novo mundo, é ele que determina a hora de trabalhar, de descansar e do lazer. Para o homem moderno tempo desperdiçado é trabalho perdido e portando, dinheiro perdido. Ou seja, tempo é dinheiro.

A importância do trabalho também começou a partir da era industrial e do surgimento de uma nova classe social: A burguesia. Antes o trabalho era visto como tortura, sofrimento ou pena (só os escravos trabalhavam). Porém, nessa nova era, passa a ser uma forma de enobrecer o homem. A produção que antes era feita por artesões agora é dominada pelas máquinas e pelos operários. O trabalhador não faz mais parte de toda a produção, mas apenas de uma parte dela. É algo rotineiro e repetitivo, pois o operário passa a ser visto como uma máquina. Isso é retratado no filme “Tempos Modernos”, como por exemplo, na parte em que o operário chega a enlouquecer com o trabalho repetitivo e sem descanso da fábrica. Essas condições subumanas de trabalho acontecem pelo fato dos donos das fábricas quererem evitar a perda de tempo para não ficar atrás dos concorrentes, produzirem mais e assim, consequentemente, vender mais e faturar.

O filosofo Karl Marx vivenciou toda essa mudança da sociedade. Ele comenta que nesse novo sistema de produção capitalista há uma luta de classes, pois existe um confronto entre o burguês detentor do capital e o proletariado que vive da sua força de trabalho. Para Marx o contrato entre o operário e o patrão é livre apenas na aparência. Na verdade, o capitalista explora o trabalho do operário, e o contrata adquirindo “o direito de servir-se dela ou faze-la funcionar durante todo o dia ou toda a semana...” Assim, como o operário vendeu toda sua força de trabalho, tudo o que é produzido e todo o lucro pertence ao capitalista. Logo, o valor que o operário cria além do valor de sua força de trabalho que é de posse do capitalista é chamado por Marx de mais-valia. Ele comenta também no conceito de alienação do trabalho.

Com todas essas transformações, há um grande avanço tecnológico. O homem passa a dominar a natureza e muda sua forma de agir diante do mundo. Não foi só o tempo e o espaço que se modificou, o próprio ser humano também se transformou junto com o seu tempo. Conceitos, pensamentos e ideologias tornaram-se outras com o surgimento do Capitalismo. O homem começou a consumir exageradamente, e assim, a utilizar cada vez mais os recursos naturais. Passamos a destruir o ambiente em que vivemos achando que a natureza possuía fonte ilimitada de recursos. Porém não é bem assim, e é isso que o Filme “A história das coisas” nos relata. Quanto mais consumimos, mais recursos naturais utilizamos e mais lixo produzimos, pois nessa era de consumismo, o produto é feito para durar cada vez menos e a publicidade e a moda faz com que nossos desejos por compras aumente cada vez mais, e assim, passamos nosso tempo gastando. O que importa para nós é consumir e ter uma falsa e breve felicidade e para os Capitalistas o que importa é o lucro. É um sistema em crise.

Charles Chaplin, no filme “O grande ditador”, discursa no final dizendo: “O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.” E é isso que o homem precisa, de humanidade, afeição e doçura para poder driblar esses problemas que nós mesmos criamos, a falta de cuidado com o planeta o individualismo e o consumismo em massa.

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