segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma pequena reflexão sobre o Brasil




Um dia desses vi uma frase que gostei muito: 'Ame e respeite a sua pátria. Ela não tem culpa dos filhos que tem!' Essa frase me chamou a atenção pois todos os dias vejo nós brasileiros reclamando de tudo o que o Brasil tem. Mas será que a culpa é do nosso país, ou de nós mesmos que vendemos
nossos votos e pensamos apenas individualmente?

Quem faz o Brasil somos nós mesmos, os brasileiros. Nós que vamos até as urnas escolher os candidatos que irão representar o país e esse direito ninguém pode tirar da gente. Presidente, governadores, prefeitos, vereadores. Tanta responsabilidade em nossas mãos que as vezes não damos conta e acabamos na maioria das vezes votando sem pensar e sem analisar nossos candidatos e seus respectivos vices (não menos importante).

Ficamos horas sentados no sofá tomando Coca-cola e assistindo nossos amados seriados e filmes americanos. Esses filmes nos passa o ideal de que os Estados Unidos é o melhor país pra se viver, com a melhor população...mas será isso mesmo? Quem foi que não quis assinar o Protocolo de Kyoto? Quem invadiu o Iraque sem motivo algum? Quem é que produz toneladas de lixo? Quem consome freneticamente os recursos naturais LIMITADOS? Qual é o país que mais desperdiça?

Pode parecer clichê, mas nós brasileiros não devemos nos espelhar em outros países, e sim ser nós mesmos e perceber que o Brasil é um dos melhores países pra se viver. É um lugar alegre e receptivo, com pessoas que lutam por dias melhores. Devemos ter orgulho disso, votar consciente, amar nossa terra e tudo o que ela nos oferece, dar mais valor ao que é verde e amarelo.

domingo, 28 de março de 2010

A era industrial: Capitalismo x Homem




A partir da Revolução Industrial e com a consolidação do Capitalismo, há uma ruptura dos modelos tradicionais e uma mudança na forma de pensar. Com todas essas transformações, a cara das cidades muda. Agora elas são racionalmente pensadas para a circulação do trânsito e da população.
O filme “Berlim – Sinfonia da metrópole” nos mostra exatamente isso, esse novo modo de ser das cidades e da sociedade. Podemos ver essas mudanças na parte em que o filme nos mostra uma locomotiva: É tudo mais rápido e mais acessível. Esse novo homem moderno domina o tempo e o espaço, para ele não há mais fronteiras ou barreiras. Logo após a passagem da locomotiva, é exibida uma imagem de um relógio e das pessoas que começam a circular pela cidade indo ao local de trabalho. O relógio aparece pois nesse novo mundo, é ele que determina a hora de trabalhar, de descansar e do lazer. Para o homem moderno tempo desperdiçado é trabalho perdido e portando, dinheiro perdido. Ou seja, tempo é dinheiro.

A importância do trabalho também começou a partir da era industrial e do surgimento de uma nova classe social: A burguesia. Antes o trabalho era visto como tortura, sofrimento ou pena (só os escravos trabalhavam). Porém, nessa nova era, passa a ser uma forma de enobrecer o homem. A produção que antes era feita por artesões agora é dominada pelas máquinas e pelos operários. O trabalhador não faz mais parte de toda a produção, mas apenas de uma parte dela. É algo rotineiro e repetitivo, pois o operário passa a ser visto como uma máquina. Isso é retratado no filme “Tempos Modernos”, como por exemplo, na parte em que o operário chega a enlouquecer com o trabalho repetitivo e sem descanso da fábrica. Essas condições subumanas de trabalho acontecem pelo fato dos donos das fábricas quererem evitar a perda de tempo para não ficar atrás dos concorrentes, produzirem mais e assim, consequentemente, vender mais e faturar.

O filosofo Karl Marx vivenciou toda essa mudança da sociedade. Ele comenta que nesse novo sistema de produção capitalista há uma luta de classes, pois existe um confronto entre o burguês detentor do capital e o proletariado que vive da sua força de trabalho. Para Marx o contrato entre o operário e o patrão é livre apenas na aparência. Na verdade, o capitalista explora o trabalho do operário, e o contrata adquirindo “o direito de servir-se dela ou faze-la funcionar durante todo o dia ou toda a semana...” Assim, como o operário vendeu toda sua força de trabalho, tudo o que é produzido e todo o lucro pertence ao capitalista. Logo, o valor que o operário cria além do valor de sua força de trabalho que é de posse do capitalista é chamado por Marx de mais-valia. Ele comenta também no conceito de alienação do trabalho.

Com todas essas transformações, há um grande avanço tecnológico. O homem passa a dominar a natureza e muda sua forma de agir diante do mundo. Não foi só o tempo e o espaço que se modificou, o próprio ser humano também se transformou junto com o seu tempo. Conceitos, pensamentos e ideologias tornaram-se outras com o surgimento do Capitalismo. O homem começou a consumir exageradamente, e assim, a utilizar cada vez mais os recursos naturais. Passamos a destruir o ambiente em que vivemos achando que a natureza possuía fonte ilimitada de recursos. Porém não é bem assim, e é isso que o Filme “A história das coisas” nos relata. Quanto mais consumimos, mais recursos naturais utilizamos e mais lixo produzimos, pois nessa era de consumismo, o produto é feito para durar cada vez menos e a publicidade e a moda faz com que nossos desejos por compras aumente cada vez mais, e assim, passamos nosso tempo gastando. O que importa para nós é consumir e ter uma falsa e breve felicidade e para os Capitalistas o que importa é o lucro. É um sistema em crise.

Charles Chaplin, no filme “O grande ditador”, discursa no final dizendo: “O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.” E é isso que o homem precisa, de humanidade, afeição e doçura para poder driblar esses problemas que nós mesmos criamos, a falta de cuidado com o planeta o individualismo e o consumismo em massa.

Consciência com Hardcore


Conheça a Verdurada, um espaço de discussão e encontro com bandas de hardcore e palestras.

Por: Daniela Degaki e Isabelle Alegro


Um evento que mistura hardcore, punk rock, vegetarianismo, Straight-edges e palestras com engajamento político. Esta é a Verdurada, que acontece bimestralmente na cidade de São Paulo desde 1993. No inicio era um grupo de amigos que se reuniam em uma casa alugada. “Essa história começou em 1993/1994, quando rolava Verdurada na casinha. Era show para um público de 20 a 30 pessoas”, disse André Mesquita, um dos organizadores. O evento alcançou grandes proporções e atualmente chega a reunir cerca de 800 pessoas em um galpão localizado na Rua Anita Costa, 155, ao lado do metrô Jabaquara. “A única diferença entre a Verdurada realizada na Casinha para e a do Galpão (Jabaquara) são das pessoas que organizam, mas o som e o ideal são os mesmos”, comentou Paula Mathias Paulino Bolta, frequentadora do evento desde 2005.

E não é a toa que o nome no festival é Verdurada, os alimentos vendidos não possuem carne e derivados de animais como ovo e leite. “A comida é um fator importante, porque não é todo lugar que temos uma alimentação voltada exclusivamente para nós, veganos”, comentou Natalia Maria Pio, vegana e frequentadora do evento á 3 anos. Além dos veganos, há também o público Straight-edge, que é um modo de vida associada ao punk rock e a abstinência em relação ao uso de drogas e álcool. É proibida a entrada com álcool e o uso de cigarro no recinto. “Já teve gente que não faz parte do Straight-edge e quis entrar bebendo só pra arrumar confusão, mas isso aconteceu poucas vezes. Quando é cigarro, pedimos para a pessoa fumar lá fora”, comentou André.

As bandas que tocam no evento são independentes e alternativas. “Hardcore e Punk não são somente estilos musicais, são manifestações de algo muito maior, englobando visão de mundo, a forma como você quer ser visto, de acordo com sua ideologia. Vai muito além de um gosto musical, até porque esses estilos são formas de protesto, levando à tona o que achamos que é certo”, disse Natalia.

Na dinâmica dos shows há sempre uma dança coletiva, mais conhecida como mosh-pit ou bate cabeça, que é fundamental para a proposta de interação as bandas e do público. Além dos shows há também a realização de palestras que é um dos diferenciais do festival. “Eu gosto de pensar no evento como um espaço de discussão e de encontro. Geralmente alguém chega com algum tema, e daí a gente pensa na palestra”, disse André. E completa: “Os shows de Punk e Hardcore já existem por aí. Cada um do seu jeito, uns mais outros menos independentes. E onde a Verdurada pode fazer algo diferente e interessante nesse sentido? As palestras podem ajudar nisso”. Para Paula a palestra é um ótimo momento para se informar. “Teve palestras ótimas como, por exemplo, do Dr. Érick Slywitch, sobre Alimentação sem carne, com o pessoal do Gato Negro, e outros”.

A Verdurada é produto nacional e é a prova de que é possível organizar eventos de sucesso sem patrocínio e divulgação na mídia "Com o dinheiro arrecadado dos ingressos, cobrimos os gastos com aluguel do espaço, equipamentos, enfim, com toda a estrutura. O evento se paga e, se sobrar uma grana, investimos em campanhas ou apoiamos algum movimento, como já fizemos com os sem-teto", explicou Luciano Juliatto, organizador.

Mais informações e Próxima Verdurada no site: www.verdurada.org